sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Projeto: Música

Essa semana acabou o estágio da pesquisa sobre o consumo de música por jovens que eu estava fazendo pela faculdade. Desde maio estamos nesse projeto conversando com pessoas, entrevistando, passando questionários. Não teve como não pensar na minha trajetória com a música, gostos que mudaram, como eu consumo música, o que quero estudar e aprender sobre o assunto, e por que não, pesquisar mais.

Música sempre foi uma das minhas paixões. Muito por influência da minha mãe, com certeza, que sempre ouviu muita música em casa. Especialmente música brasileira. Aliás, só musica brasileira. Gil, Gal, Chico, Rita Lee, Paulinho da Viola era o que tocava lá em casa. Fora isso, quando pequena, herdei alguns discos infantis dos meus primos como Uni-du-ni-te, Balão Mágico, Carrossel e cia. Tinha algumas fitas também do Rá-ti-bum e da Bia Bedran. Então antes mesmo deu escolher o que eu queria ouvir, era isso que eu escutava.

Um pouquinho mais velha, aprendendo a mexer no controle remoto da TV, a colocar disco na vitrola, fita e CD no rádio, passei a escolher mais o que ia ouvir. Então a trilha lá de casa mudou um pouco: Chiquititas e Mamonas Assassinas (que eu só tinha uma fica cassete pirata pq a mamãe se recusou a comprar o CD que eu tanto queria). Foi a época também que ganhei de presente de aniversário uma amiga minha um walkman. Um máximo aquele presente!

Com 6 anos entrei no coral da escola. Um pouco antes já queria cantar, mas ainda não tinha coral para a minha idade. O contacto com o fazer música foi importante para a valorização e atenção dada. Passei a prestar mais atenção nas músicas, letras e melodias. Fiz 10 anos de coral e posso dizer que as músicas que mais me marcaram form as que cantei lá. Pois eram dias e dias de ensaios cantando aquilo, fora as apresentações e viagens, amigos e milhares de lembranças. E conheci muita coisa através das músicas que a gente ensaiava também. Rock, por exemplo, passei a conhecer através do show do Rock que a gente montou em 2001.

Mais ou menos nessa época, inicio dos anos 200 passei a usar mais o computador e a baixar mais músicas. Inicialmente baixava só os "hits" pq eram musicas que eu ouvia no rádio da condução do colégio para casa e que eu não iria comprar o CD inteiro, pois só queria aquela musica que tocava na radio. Gravava CDs com o que baixava para ouvir no diskman.

Computador novo, Internet mais rápida, mais memória, mp3player. Pra que comprar CD se eu tenho TODAS as músicas que quero a partir dessa maquininha aqui? A grande vantagem de baixar música, para mim, é a falta de compromisso. É, isso mesmo. Quando vc vai comprar um CD, para gastar o dinheiro da minha mesada, que não é muito, eu tenho que gostar muito da coisa. Isso me exclui de conhecer muito artista, muita música boa. Ou não. Pela net posso baixar um monte de funck pra só colocar no iPod quando tiver festa. Coisa que eu não faria se fosse um CD.

Hoje só compro CD quando é de amigo. Ou então de música popular tipo jongo, ciranda, pq aí é mais difícil de achar na net. Fora isso, acabei de descobrir o MySpace. Compromisso zero! Escuto o que quiser, quantas vezes eu quiser, tenho as informações que eu quero. E se gostar eu baixo. E se eu gostar muito, vou no show.

Não canto mais. Talvez seja uma das coisas que sinto mais falta. Do ensaio, do palco, das luzes, dos aplausos. Tenho um violão aqui em casa, mas na minha mão ele é mudo. Toco nada. Quando posso mato minha vontade contado no chuveiro, na frente do PC, ou nas rodinhas de violão organizadas pelos vários amigos músicos.
O bichinho da música me mordeu. Não tem como viver sem.

Como será de agora em diante o consumo da música? E as indústrias culturais?
Espetáculo ao vivo é a solução. Neste ponto concordo com meus amigos, Pedrin e Luiza. No show o artista é completo. É em cima do palco que ele é mais verdadeiro.
É lá que ele tem que ficar.

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