Muito tempo que não escrevo por aqui.
Não é só falta de tempo de sentar na frente do PC e escrever não.
Tenho escrito. Mas escrito para mim.
A gente aprende muita coisa através da observação, dos exemplos. Aprendi a não expressar os sentimentos mais verdadeiros e profundos, pequena eu era, e mal tinha sentimentos profundos.
Um dia me disseram: "Sentimento entalado na garganta dá doneça. Tem que falar, expressar, gritar, não pode esconder. Corrói por dentro, apodrece, a gente fica doente, e até morre."
Virei matraca. Dá doendo, grito. Não to gostando, reclamo. Não to entendendo pergunto e quero resposta, agora. Gosto, digo, amo, escrevo, demostro.
Aprendi também que a vida passa rápido e se a gente não disser agora, pode não dar mais tempo de dizer. Nada pior do que ser tarde de mais pra dizer "eu te amo", fazer um cafuné, olhar e compreender.
Mas aí tudo virou ão. E ão e inho são sempre perigosos e precisam de cuidados. Antes mesmo de saber o que EU sentia ou pensava, falava. Cheia de opiniões e certeza, dando com a cabeça na parede mas sempre nos extremos. Falando de montão, gritando altão, reclamando muitão. Pensando bem pouquinho, deixando os sentimentos amadurecerem nem um tiquinho, sem ser devagarinho.
Descobri que às vezes é melhor calar. às vezes é melhor falar. outras melhor é se expressar, cantar, desenhar, interpretar, escrever.
às vezes é melhor só olhar.
Um comentário:
e a gente erra tanto tentando adivinhar quando é hora d'um e quando é hora d'outro, né?!
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