*para ouvir a trilha sonora acesse os links no texto. :)
O sol entrava pela janela lentamente. Os lençois brancos começavam e refletir. Coloquei uns dos travesseiros no rosto tentando me protejer da luminosidade. Aquela cama grande, com lençois brancos e macios, com muitos travesseiros me vaziam esquecer por alguns minutos que estávamos na cidade que nunca pára: The Big Apple! Respirei fundo e abri os olhos certa de que veria na minha frente aqueles olhos azuis me observando acordar mais uma vez. Ninguém ao meu lado. Sentei na cama rapidamente, procurando o meu Amor. Não havia ninguém ali. Eu estava sozinha naquele quarto de hotel e não fazia idéia de aonde meu Amor poderia estar. Ouvi um barulho do vento batendo na janela e balançando a cortina. Levantei para fecha-las e lá estava um bilhetinho azul dizendo: "Bom dia, Amor, você me faz feliz."
Há anos ele me falava isso ao acordar, mas aquilo ainda me encantava. Olhei para baixo sorrindo e lá estava outro bilhete. "Não tome café. Coloque sua melhor roupa e me encontre no Central Park." Sorri, pensando em que roupa eu vestiria e no segundo seguinte me toquei de que o Central Park é enorme, onde eu iria encontra-lo? Vou ligar para o celular dele e perguntar, pensei. Procurei o aparelho e havia mais um bilhete preso nele que dizia: "Não vale me ligar. Imagine e se prepare." Suspirei. Sabia que ele estava preparando algo para me emocionar.
Me arrumei com um vestido azul, justo na parte de cima, solo na saia. Deixei o cabelo solto e coloquei apenas uma tiara para segura-lo do vento. Em volta do pescoço enrrolei um dos meus lenços que ele gostava. Sai assim, me sentindo numa comédia romântica.
Andei alguns quarteirões lembrando da primeira vez que estive em NY. Como eu já sabia que aquela cidade me traria momentos incriveis. Ao entrar no parque pensei onde será que ele poderia estar... em qual ponte? em qual banco? em qual monumento? Era isso! Ele só podia estar no memorial do Lenon, Imagine! Acelerei o passo na direção que uma das placas indicava.
Chegando no memorial lá estava ele, arrumado também e lindo, como sempre. Sentado com dois cafés na mão e um saco de papel que parecia guardar algum tipo de guloseima vindo de alguma padaria. Nos olhamos e sorrimos. Sentei ao lado dele em um dos bancos verdes.
- Você também me faz feliz. - disse beijando-o
Ele me deu o meu café e o saco de papel que dentro tinha um croiassant delicioso. Agradeci e perguntei o que era aquilo tudo, os bilhetes, o parque...
- Você tá preparada?
- Sempre.
Neste momento um grupo vocal que estava ali perto começo a cantar All You Need is Love. Olhei para eles surpresa e para ele em seguida que me sorria, revelando que tinha planejado aquilo nos minimos detalhes e que eu iria me surpreender o dia todo. Fechei os olhos e respirei fundo.
- Você é incrível, sabia? Na primeira vez que eu te escrevi eu disse que nunca acreditei em contos de fadas, princesa, príncipe em cavalo branco. Eu também nunca acreditei em comédias românticas passadas em NY...
- Eu tirei o dia hoje para fazer você acreditar nisso. Tome o seu café que teremos um longo dia pela frente, Linda.
- Só você mesmo para me fazer uma coisa dessas. - tomei um gole do café - Para onde vamos depois daqui?
- Anos juntos e você ainda não consegue se aguentar enquanto eu te faço uma das minhas surpresas?
- Você sabe que não - sorri tomando outro gole de café.
O grupo acabou de cantar recebendo aplausos, não só nossos, mas de outros fãs dos Beatles que iam até ali homenagear Lenon. Ele levantou, estendeu a mão e disse:
- Você confia em mim? - Por um segundo voltei no tempo. Paredes brancas, varios computadores ao redor. Ainda éramos desconhecidos na primeira vez que ele me disse aquilo. E desde aquela vez, se ele estivesse em um tapete mágico eu teria subido.
- Confio.
Demos os braços e seguimos pelo parque. Virando uma esquina havia um outro grupo de músicos, com violinos e tudo e tocavam A Whole New World . Meu olhos se encheram d'água. Aquilo era inacrevitável. O que mais será que ele tinha preparado? Olhei para ele emocionada, ele me olhou com os olhos cheios d'água também. Sorrimos e ele tirou, não sei de onde, uma flor branca linda, que prendeu atras da minha orelha. Nos beijamos e ficamos ali abraçados até acabarem a música. Algumas crianças passavam pelo lugar e gritavam para as mães que era o Alladin. Estasiada deixei ele me guiar. Andamos mais um pouco pelo parque, de mãos dadas e quando estavamos quase na saída ele parou:
- Você já está muito emocionada, melhor a gente sentar um pouco e descançar.
- Ainda tem mais?!
- Tem. - Ele sorriu e olhou pra frente. Dois homens que estavam sentados no banco do outro lado, começaram a assoviar e tocar um violão. Fly Love, era a próxima música que me faria chorar. Ouvimos a música toda abraçados, naquela tarde de primavera. Parecia que o mundo havia parado e só nós dois importávamos. Aguarrei ele:
- Amoor, você é lindo! Essas declarações não podiam ser mais lindas e emocionantes. Você sabe exatamente como mexer comigo, como me emocionar. Tem alguns anos que repito isso, mas... Eu sou apaixonada por você!
- Eu também sou apaixonado por você, meu amor. Mas vamos ver se vou continuar acertando e te amocionando. - Ele piscou para mim, levantando e me puxando pela mão.
- Mais?
- Sempre. E pra sempre.
Um comentário:
=´) Acho lindo o que você escreve, suas ideias, a composição, vc vai longe, adoro. Quem sabe um dia, eu não te apronto uma dessas... Amo você, me encho de sentimento lendo as suas declarações, me ponho a chorar emocionado... ai ai
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