quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A Fé Solúvel

É, me esqueci da luz da cozinha acesa
de fechar a geladeira
De limpar os pés,
Me esqueci Jesus!

De anotar os recados
Todas janelas abertas,
onde eu guardei a fé... em nós

Meu café em pó solúvel
Minha fé deu nó
Minha fé em pó solúvel

É... meu computador
Apagou minha memória
Meus textos da madrugada
Tudo o que eu já salvei

E o tanto que eu vou salvar
Das conversas sem pressa
Das mais bonitas mentiras

Hoje eu não vivo só... em paz
Hoje eu vivo em paz sozinho
Muitos passarão
Outros tantos passarinho
Muitos passarão

Que o teu afeto me afetou é fato
Agora faça me um favor

Um favor... por favor

A razão é como uma equação
De matemática... tira a prática
De sermos... um pouco mais de nós!

Que o teu afeto me afetou é fato
Agora faça me um favor

Um favor... por favor

o teatro mágico transcreve emoções(?)

domingo, 18 de janeiro de 2009

O vento levou.

Levou o sorriso ao ver seu nome na telinha. a alegria ao te escrever.
Levou o sol dos últimos dias, trouxe a chuva rabugenta, mais uma vez.
Levou o brilho no olho, apesar do dia zicado.
Levou a vontade de estudar números, a responsabilidade de ler os textos de dois meses atrás.
O vento bateu na porta.
Entrou sem permissão.
Levou.
Levou com ele parte de mim.
Mas vento que é vento é movimento, vem de outro lugar.
Carrega em si um bocado de outras coisas.
Novas idéias, sempre.
Dúvidas, aos montes.
Medos, sem saber do quê.



Dizem que quem tem medo de vento é louco.




Podem internar.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Carta

Desse teclado sujo te escrevo mais um vez. Tenho certeza que mais uma vez vc não irá responder, mas tudo bem, não me incomodo. O sol tá se pondo lá fora, a Baía tá bonita e o calor tá de matar. Esse ventiladorzinho de duas pás não dá conta. Seu desenho preso no mural tá quase caindo mas eu não me importo.
Quantas vezes fiz questão de manter a sua memória em mim. No meu corpo, na minha vida. A sua marca. Tão desnecessariamente, tão desesperadamente. Me cercava de imagens sons e cheiro que não me deixassem te esquecer e pra que. Uma tentativa inválida de de suprir uma saudade que talvez não fosse para eu sentir. Saudade do que eu sonhava que a gente viveria.
Agora vejo que tudo isso foi em vão. Quando vc quis, disse tchau, virou as costas e foi embora. Mas não fechou a porta - afinal vc nunca faz isso. Deixou um frestinha para eu, boba, ficar te observando indo, indo.
Mas já chega, sabe. Tenho muito mais o que fazer. Há um mundo interinho lá fora para eu percorrer, há milhões de outras coisas para ouvir - muito além do seu violãozinho barato tocando aqueles pops anos 90. - muitas coisas para assistir além das suas séries de tv favoritas.
Eu quero voar e vc me prendia. Dentro de um ninho, uma gaiola, não sei bem. Preciso me livrar dessa e de muitas outras amarras, sei que é só o começo. É verdade, não foi sua, a culpa. Sou eu e minha maldita dependência, carência, imprudência chame do que quiser. Mas em momento nenhum você foi contra isso, não é verdade. Em momento nenhum vc se esquivou. Até gostava né. Massagenzinha para o Ego.
Só que agora é assim que vai funcionar, ok: vc aí, eu aqui.
Preciso de meu espaço, preciso da solidão.
Preciso descobrir quem sou eu.
Sem você.