domingo, 21 de dezembro de 2008

Finalizando 2008 - Distância

Algo tão abstrato é dificil de pensar, dificil de lidar. Ounvindo as pessoas falando chega a ser engraçado: o perto de alguns é uma eternidade para outros.
Esse ano estive muito perto de quem estava longe e muito longe de quem estava perto. Isso me rendeu algumas viagens e dar uma de hostess um pouquinho. Me rendeu também muitos interurbanos e muitas saudades apertadas no peito. Uma mudança da percepção de distância também apareceu...
Mas percebi que o estar próximo também é uma vontade, uma intenção que se desejada, aproxima qualquer um. Mas ok, é dificil manter qualquer relação com uma distancia física, real. Complicado mesmo não ter aquele abraço na hora que é preciso. Não poder dizer "to correndo para aí" num momento dificil. Mas distancia fisica não impede carinho, amor, relação, importância. Pelo menos não deveria.
A distância amedronta muita gente, amedronta a mim também muitas vezes. Mas esse medo eu tentei perceber e combater. Como? não fugindo, indo atrás, tentando superar espaços físicos. Se consegui? Talvez....

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Finalizando 2008 - Romance

Esse ano descobri que há mais idéias sobre o que é amor e o que é paixão do que poderia imaginar minha humilde cachola. Cada um que encontrei no caminho me deu sua idéia, sua definição, sua descrição para sentimentos tão... indescritíveis. Juntando com algumas experiências acabei eu mesma chegando à algumas conclusões, à alguns "tipos" de amor e de paixão.
O mais comum, mais vivido e mais descrito em poemas, livros e letras de música é amor romântico. Sentimento devastador que deixa os amantes sem rumo. Lembra muito o movimento literário do romantismo pelo fato de o sofrimento ser quase necessário. Só se pensa no objeto amado, depende-se de existência do outro para a sua própria.
Aliás foi essa a palavra que mais questonei no meu amor pelos outros: dependência. Descobri que ela não precisa - e talvez nem deva - estar ligada a esse sentimento. A queda é muito maior no caso de um término, a relação é mais cansativa, e, o pior de tudo: você se esquece. Para amar outras pessoas antes de tudo é importante se amar muito, parece clichê, eu sei, mas é verdade. É importante que saibamos nos nutrir sem ajuda alheia. Pode parecer algo meio narcísico ou individualista, mas não é. A raleção com o outro é fundamental para aprendermos, para crescer, para viver. Mas não devemos fazer de uma única pessoa nossa razão de viver.
Um relacionamento amoroso, antes de tudo, deve ser repleto de trocas. Assim como o texto a baixo sobre amizade. Deve-se procurar complementar e não necessitar.
Li uma entrevista com o Guel Arraes na qual ele fala sobre o filme que dirigiu esse ano, Romance. O diretor fala sobre esse amor contemporâneo muito diferente dos que já existiram até agora. Menos machista, mais livre. Mais compartilhado, mais discutido. Guel fala que a intenção dele com o filme era gerar reflexão e discussão nos casais que muitas vezes ficam infelizes tentando se adequar aos velhos padrões de relacionamento, sem ver que a muitas outras possibilidades, possibilidades de amar.


* e se você não viu Romance, veja. ;-)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Finalizando 2008 - Amizade

Sempre me apeguei muito aos meus amigos. Os defendia com garras e dentes se qualquer coisa ou pessoa pudessem machucá-los. Sempre procurei me dedicar a essas amizades, às vezes, talvez, mais do que devesse.
No inicio do ano me bateu um medo enorme das grande mudanças que se apresentavam, especialmente por isso...
Como seria agora que não veria meus amigos todos os dias?
Como seria agora que eu não teria que vê-los por motivo algum, que não fosse nossas proprias vontades?
Será que eu encontraria novos outros amigos?
A resposta veio pelas cartas que me afirmaram que alguns amigos vão, outros vêem e que eu não deveria me torturar por isso: sem amigos eu não ficaria.
Tudo bem, mas isso era dificil pra mim, sou teimosa e algumas amizades eu simplesmente não considerava descartáveis e pretendia lutar até o fim por elas. Independente até mesmo do que a vida me apresentasse... e foi aí o meu erro.
Vi que não adianta batalhar por uma relação se isso for uma via de mão única. A vontade de manter uma amizade - ou qualquer relação - tem que ser compartilhada, as ligações divididas, as histórias trocadas. Talvez essa seja a palavra: troca. Sem cobrançaa, sem ilusões, com compreensão.
Não há distância ou o tempo que mate uma amizade, se os dois estiverem dispostos a mante-la. Para isso é preciso amor, disposição, internet e dois celulares. rs Feriados, finais de semana e férias também ajudam - é aí que se tem mais tempo para se dedicar a essas relações que não estão no cotidiano.
Outro elemento fundamental, e talvez o mais fundamental, é o diálogo. Sem abertura pra conversa não tem como confiar, sem confiança não há amizade. É preciso dedicar alguns dias, talvez semanalmente, talvez mensalmente para trocar experiências, compartilhar dores, preocupações, alegrias. Sem esse diálogo temos apenas uma relação de colega, não uma amizade.
Talvez esse ano amizades que eu considerava grandes tornaram-se colegas. Talvez algumas amizades que eu considerei que perderia, me surpreenderem, outras que supus que estariam estabilizadas se aprofundaram. Felizmente encontrei alguns poucos, mas bons amigos no novo cotidiano.
E amizades novas são boas. São elas que nos vêem como realmente somos hoje, e não aos 13 anos de idade. Amizades antigas também são boas, foram elas que nos acompanharam em momentos importantes que não voltaram e que os novos amigos talvez nunca irão entender: a graça, a dor, a felicidade, o desespero.
Algumas vezes briguei ou me entristeci por tentar segurar relações que escorriam. Mas acho que agora aprendi. Deixa ir. Acontece... Não era hora, ou já era hora. Não vou mais me desgastar se não considerar que vale a pena.
Melhor poder ser eu, dizer o que penso e quero, pelo menos para essas poucas pessoas: amigos de 2008.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

As várias coisas que não me deixam dormir nesta madrugada

Eu não podia ter deixado essa passar, devia ter falado. Não gosto de ficar cheia de perguntas na cabeça, supondo o monte de coisa, sem entender o que acontece a minha volta. Não gosto.

As minhas saudades são muitas, de abraço, de cheiro, de cafuné, de pernas entre as minhas. A cama tá grande e vazia nessa noite quente. Talvez não fosse aqui que eu gostaria de estar, talvez não fosse sozinha.

Um clik, um telefonema e tudo resolvido. Quem dera. Retornam, desligam. Ligam, desligam. Vão ligar de novo, desisto de esperar, e ligam às 3h da manhã. Desculpas aceitas mas nada resolvido. O que estava certo não sei onde vai dar.

Fácil, deu tudo errado é só correr pro melhor lugar de fuga. Não, claro, não é tão fácil assim. Correr pra lá não pode, não é por ninguém, é por mim. Eu decidi e não quero entrar nessa, não dá pra voltar atrás. Não dá e eu não quero.

Mais um telefonema. Queria entrar dentro do celular, mas não dá, não é tão fácil assim. Quem dera.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Lição

“Na verdade não sei como as pessoas reagiram ao filme, porque faz anos que parei de conferir, mas se gostaram, ótimo. Se não gostaram, não me importa muito, não porque eu seja indiferente ou arrogante, mas porque aprendi tristemente que a aprovação deles não afeta a minha mortalidade. Se faço alguma coisa que sinto que não é muito boa e o público aceita, até entusiasmado, isso não atenua em nada minha sensação pessoal de fracasso. Por isso o segredo é trabalhar, se divertir com o processo, não ler a respeito de si mesmo, quando as pessoas estiverem falando de cinema mudar a conversa para esportes, política ou sexo, e continuar suando a camisa. Além do dinheiro - nós somos ultrabem pagos -, as chamadas gratificações são todas vaidade e tomam tempo do trabalho criativo. Mais, elas podem levar a ilusões de grandeza ou sensações errôneas de inferioridade”.

Trechos de Conversas com Woody Allen, de Eric Lax, CosacNaify.