quinta-feira, 26 de março de 2009

meus verdadeiros sentimentos por você

Eu não sei.
Juro que não sei o que é que me atrai tanto em você.
Já achei que fosse a impossibilidade de te ter.
Tive, não era.
Achei que fosse a amizade construida com carinho.
Tenho outras, não é.
Achei que fosse a alegria de viver.
A admiração que tenho.
O brilho do olho.
A intimidade.
Não. Mas não, não é não.
Talvez seja o mistério que te cerca sempre.
Mistério (do planeta) que acredito nunca desvendar.
Mas que me intriga.
Cê sabe disso.
E não me responde, esconde.

domingo, 22 de março de 2009

No dia em que eu comecei a andar
mamãe me deu uma estrela pequenina
e disse tu vais ver, teu nome ela vai ter
seus passo pela vida há de guiar.





*canção de ninar que ouvia quando era pequena

domingo, 1 de março de 2009

Somente amigos 3

Friends acabou e o som foi ligado. Dessa vez foi ela que escolheu, e colocou o iPod ligado nas música mais engraçadas e zoadas do mundo pra ver se o mau humor a deixava. Enquanto limpavam e arrumavam a casa deram boas gargalhadas. Ele saiu para comprar gelo e trouxe um almo-janta para os dois. Eram amigos como nos velhos tempos, se sacaneando, rindo e dividindo histórias sem nem parecer os memos da noite anterior.
O Lipe resolveu tomar banho enquanto ela acabava de organizar umas coisas. Dava para ouvir ele cantando do chuveiro e ela ficou perto da porta rindo sozinhs. Resolveu separar a roupa logo antes que ele saisse do banho. Abre caixa, fecha caixa - nem tudo estava no armário já. Ouviu o barulho da porta do banheiro destrancando, duas batidas na porta que pelo que ela se lembrava tava aberta. Sem olhar perguntou:
- Que é?
- Posso entrar?
- Que que vc queeer... - se virando para vê-lo só de toalha, ainda molhado com duas bermudas na mão. Isso já era sacanagem de mais com a libido de alguém.
- Qual que fica melhor?
- Sem nada - foi o que ela pensou. - A da direita e virou rapido, sem graça.
- O que houve?
- Nada.
- Vem cá, bravinha. A TPM já passou? - abraçando-a.
- Mais ou menos - com voz de quem faz charminho... mas já se derretendo toda. O Abraço dele a envolvia por inteiro, a deixou acolhida. O calor foi crescendo até os consumir por dentro, se beijaram. Primeiro devagarzinho, reconhecendo território, lingua, boca. A intensidade foi aumentando deixando-os cada vez com mais e mais calor. Parecia que faziam aquilo a muito tempo tamanha era a intimidade. Se apertaram forte. A roupa já era pouca e não foi dificil de ir embora. Mas ele fez questão de tirar com cuidado a camisola.. aquela, curtinha decotada que ela só podia ter colocado naquele dia de propósito. Primeiro desceu as alças beijando o caminho que elas faziam. O abjur ainda estava ligado e a cortina fechada, aquela cena foi linda. Deitaram no colchão que ele tinha carregado e ali colocado. Transaram. Uma primeira vez que parecia, sei lá, a décima. A intimidade, a falta de vergonha e a sintonia foi surpreendente.
Cansados, suados, pararam. Se olharam. E riram. muito.
- Vc tá acreditando que isso tá acontecendo?
- Eu? não. e você?
- Mais ou menos... afinal to aqui né, te olhando, pelada. Mas...
- O que?
- Isso não devia ter acontecido né?
- É. Mas isso não aconteceu. Aconteceu?
- Não. - soriram, se beijaram, se abraçaram.
A campainha tocou. - Fudeu. Vai atender a porta você que eu vou entrar no banho.
- Tá. - vestindo uma bermuda qualquer, sem cueca mesmo, torcendo para não ser ninguém de mais.
Era a Claudinha. Entrou dando estalinho nele e perguntando como estava a casa, a mudança, a relação com a Julia, agora que dividiam apartamento.
- Tá bem.. a gente já era bem amigo né, então tem dado tudo certo. Você pode esperar aqui na sala só um pouquinho? - correu pro quarto, vestiu uma cueca qualquer, escolheu uma camisa e voltou pra sala recebendo direito a primeira convidada.
Ela saiu do banho e agiu com a mior naturalidade do mundo. Outros convidados chegaram e ninguém achou estranha a nova relação daqueles amigos.
Mas eles sabiam... havia algo a mais.

Somente amigos 2

Ela desejou boa noite e fechou a porta do quarto. Ele, ficou parado, olhando a porta fechada. Dava para imaginar direitinho ela indo deitar no colchão que ainda estava no chão, apagando a luz do abjur e tentando dormir, sem conseguir, claro. Ele entrou no quarto, colocou o sapato na sapateira do armário novo. Teve vontade de sair do quarto e abrir a porta do outro quarto. Mas se deitou. "Melhor assim."
Julia se mantinha sentada na cama olhando pra porta, esperando o amigo entrar. Mas ele não entrou. "Tudo bem, melhor assim." Deitou e tentou dormir.

Quando ele acordou o sol já estava alto. Era sábado e não tinha hora para levantar. Olhou do lado e a cama estava vazia. Ficou observando tudo em volta - muitas coisas ainda a serem arrumadas. Levantou-se, lavou o rosto no banheiro e viu a porta da sala fechada, barulho de TV ligada. Julia estava assistindo friends, devia ser uma hora já.
- Bom dia.
- Bom dia, tem café e pão na bancada.
- Tá.. obrigado - ele estranhou o tom de voz. Ela parecia meio brava. O que será que tinha acontecido enquanto ele dormia? Tomando café ele ficou observando-a. Estava nervosa, isso não havia dúvidas. Os pés dobrados em cima do sofá meio curvados para dentro, roendo as unhas da mão. Não tinha pudores quanto a se comportar com aquela camsolinha.
- Você tá bem?
- To. Por que?
- Tá nervosa.
- É, to. Por que?
- Que que aconteceu?
- Nada não.
- Se você precisar de alguma coisa...
- To bem, tá. Só me deixa quieta.
- Tá.. mas a gnete tem que organizar a casa...
- Eu sei.
- Então, se você precisar de alguma ajuda...
- Tá.
- Que houve?
- Com o que?
- Com você, oras.
- Em três dias passa. Só me deixa quieta, ok?!
- TPM?
- Alguma dúvida?!
- Não, nenhuma.

Somente amigos

Amigos a um tempo já. Os dois não viam a hora de sair de casa, ter seu canto do jeito deles. Mas faltava grana, claro. Ela morava de favor na casa de uma tia velha que reclamava de tudo que era possivel e impossivel. Ele era super protegido pela mãe, filho único né, sabe como é. Mas ambos já se sentiam preparados para cortar o cordão umbilical, bater asas e sair do ninho, ou como você preferir chamar.
Dividindo essas angústias na mesa do bar deciram: iam dividir um apzinho e se livrar do que os atormentava. Pouca gente acreditou que eles falavam sério. Foi fácil achar um lugar que os agradava e logo se mudaram. O apartamento ficava perto da faculdade que eles faziam... tinha dois quartos, um banheiro, uma salinha rasoável e uma cozinha americana. Tinha também uma varandinha com vista lateral pro cristo redentor - xodozinho do ap. Os dois se divertiram pintando as paredas da sala, do quarto, arrumando as caixas, pensando na organização na nova casa.
O open house tava marcado para a noite seguinte. O gás ainda não tava instalado e foi preciso pedir comida pelo telefone. Ele ligou, ela atendeu a porta.
Ela não sabia se era a falta de namorado ou o que mas o Lipe, amigo de sempre, e só amigo, estava extremamente exitante naquele dia. Ela não sabia se era a luz, a pouca roupa, a intimidade, mas a vontade era ter algo mais era latente. Nem que fosse só naquela noite.
Ele tentava se segurar e repetia isistentemente como um mantra: "não dá cara, vcs vão morar junto se vcs transarem vão casar, e não é isso que vc quer..." Mas aquela camisola tava de matar um.
Os dois sentaram para comer. Resolveram abrir algumas das cervejas separadas para a noite seguinte. A música tinha sido escolhida por ele e parecia de propósito: acústico do lenine - cd que ela amava e deixava um climinha doce no ar. Uma piada aqui, outra ali, muitas risadas. Ela colocou a mão do joelho dele, mas logo tirou sem graça. Ele sem querer segurou a mão dela, mas logo tirou fingindo que nada havia acontecido. Resolveram dormir, era mais seguro. Arrumaram a mesa, louça na pia, sobra na geladeira. Ela escova os dentes enquanto ele pega algumas coisas que tinha deixado na sala, desliga o som.
Entre um quarto e outro os dois foram se despedir. Estava quente o dia. Não sabiam se se abraçavam, se beijavam ou simplismente viravam de costas desejando boa noite. Alguns segundos se olhando testando a melhor alternativa.