quinta-feira, 31 de julho de 2008

continuação

voando
de canto em canto
sem casa para ficar
dormindo cada dia
em um diferente lugar

mais uma vez a prisão senti
dessa vez sem amarras
cobranças, nem obrigações
sem viagias nem chatiações

percebi que a liberdade
está muito além do que imaginei
não é tão simples quanto voar
não é tão fácil quanto fugir
não basta me esconder

as amarras que preciso soltar
não foram amarradas por ninguém
não adianta culpar
nem esperar alguém pra salvar

eu tenho que levantar

liberar o que me prende
esquecer os tormentos
ser o que quero ser
sem medo de perder

sem medo de ser.
"Não é por que algo é possivel
que é obrigatório."

domingo, 27 de julho de 2008

Amigos de Lá(boratório)

Muitas vezes já li tentativas de descrição para a semaninha mais mágica do ano. Eu mesma algumas vezes já tentei defini-la... Uma única conclusão eu cheguei: não cabe em apenas algumas palavras o que acontece lá por Itajubá numa semana do mês de julho.
Esse ano as coisas foram meio paradas em relação a agitos, festas e confusão. Talvez por isso eu tenha tido mais tempo para a reflexão em relação a mim, meus medos, traumas e principalmente sobre as minhas relações. Mais especificamente as relações nascidas/construidas por lá.
Mais uma vez faltam palavras para descrever. É tudo muito forte e intenso. A semana passa muito rápido, o pensamento fica por lá mais um pouquinho. A vontade de continuar encontrando as pessoas é enorme. E vazio no peito se instala com o fim da última música e os aplausos. O labpratório coral acabou.
Nos últimos tempos tenho conseguido manter mais contato com as amizades nascidas por lá. Algumas relações se tornaram amizades bem fortes e muito presentes na minha vida. Mesmo com as distâncias fisicas, o carinho, a atenção e a divisão tem sido presentes.
Comecei a ver o que essas relações são hoje para mim:
Fundamentais, eu diria.
Aprendi muitas coisas com as pessoas de lá. Algumas com a intensão de ensinar, outras apenas com o exemplo, mas posso dizer que o laboratório também é uma escola para mim.
Histórias contadas ou vividas, tiques de fala, piadas internas, jeito de ver o mundo, jeito de lidar com os outros.
O carinho que fica depois não tem comparação. Nem explicação.


Ludi, Iuiu, Caio, Letinho, Luisão, Rodi, Helinho, Tita, Lili, Sammy, Aninha, Felipe, Carlão, JuJundiaí, Duda, Má, Lula, Tita (Porto Alegre), Pablito, Birigui, Camila, Maria, Trovão, Ferrr, Wendy, Jr, Mateus, Doug, Helô, Joyce, Cenira, Bruno, Bafo, Fabinho, Romero, Nany, Hannah, Zé, Cadin, Di, Clara, Juzinha, Jojo, Elisa, Lara, e tantos outros (que as vezes nem sei o nome) que fizeram dessas semanas em Itajubá únicas.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Amigo

de Rodrigo Morozetti

Amigo, vem me buscar,
Pois acho que estou perdido.
Enfiei-me em um caminho
E não sei como voltar

A vida me trouxe aqui
E aqui me deixou sozinho
Vagando e chorando baixinho
Sem ninguém pra me escutar

Amigo, cadê você?
Sinto falta do seu passo
Seu sorriso, seu abraço,
Seu olhar a me guiar.

Sinto falta da alegria,
Dos tempos de tardes vazias,
Dos segredos ao fim do dia
Antes de nos deitar.

O mundo está diferente,
Mas não me deixe para trás.
Não fique sozinho demais
Sem ao menos me explicar.

Vamos junto adiante,
Caminhando entre a gente
Mostrando o sorriso contente
De quem já apreendeu a amar.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Presa nos limites que construi
Sinto-me sufocada
Entre quatro paredes
E um monte de gente
Não consigo respirar
À minha frente uma folha em branco
Na qual algumas palavras deveria dissertar
Mas os limites foram além
Aprisionando o livre pensar

Saí para me encontrar
Primeiro ao mar fui procurar
Mas estava longe
(e o preso tempo era curto)
Achei melhor perto ficar

Na Baia vi além
Olhei para o outro lado
Um quase horizente
Mais perto de alcançar
Vi outros lados,
Outros limites
Tirei o olho do umbigo
Dei de cara com o reflexo de alguém
Que brilhava no olhar
Um único desejo:

voar, como gaivota no ar.

Re(vi)ver

Uma nova pessoinha na familia, que recentemente só havia diminuido, faz a gente reencontrar quem tinha sumido. Novos rostos, novas vidas, outras familias, minha nova altura.
Todos se assustaram e perguntaram: "Quem é essa moça?"
Tios e primos não me reconhecem mais.

Aquelas tardes na Casa da Barra onde uma menininha corria atrás dos cachorros de skate, mergulhava na piscina com a prancha de surf e corria para comer o melhor pedaço de carne cariosamente separado no canto da tábua, ficaram embaçadas. A menininha cresceu. Ninguém mais viu, não reconheceu.
(Só aquele palhaço, que só faltava o nariz vermelho, meu médico de pequena que não titubiou. Também, fez parto, aniverário, consulta.)
Era com eles que papai era mais ele. Era na Casa da Barra que ele ria, brincava e fazia churrasco. Foi lá que vivi os melhores momentos com ele, onde ele se divertia me me ensinava coisas.

Ok, mudei muito nos últimos 8 anos. A perda do papai fez isso, todas as mudanças que a falta dele fez, fizeram isso.

Catarina fez o reencontro de relações que viraram pó com o tempo.
As bochechas de Catarina fizeram a gente não prestar atenção na pessoa que ali faltava.

Fez bem, Catarina.
Pela primeira vez não chorei ao ver papai presente.