domingo, 21 de dezembro de 2008

Finalizando 2008 - Distância

Algo tão abstrato é dificil de pensar, dificil de lidar. Ounvindo as pessoas falando chega a ser engraçado: o perto de alguns é uma eternidade para outros.
Esse ano estive muito perto de quem estava longe e muito longe de quem estava perto. Isso me rendeu algumas viagens e dar uma de hostess um pouquinho. Me rendeu também muitos interurbanos e muitas saudades apertadas no peito. Uma mudança da percepção de distância também apareceu...
Mas percebi que o estar próximo também é uma vontade, uma intenção que se desejada, aproxima qualquer um. Mas ok, é dificil manter qualquer relação com uma distancia física, real. Complicado mesmo não ter aquele abraço na hora que é preciso. Não poder dizer "to correndo para aí" num momento dificil. Mas distancia fisica não impede carinho, amor, relação, importância. Pelo menos não deveria.
A distância amedronta muita gente, amedronta a mim também muitas vezes. Mas esse medo eu tentei perceber e combater. Como? não fugindo, indo atrás, tentando superar espaços físicos. Se consegui? Talvez....

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Finalizando 2008 - Romance

Esse ano descobri que há mais idéias sobre o que é amor e o que é paixão do que poderia imaginar minha humilde cachola. Cada um que encontrei no caminho me deu sua idéia, sua definição, sua descrição para sentimentos tão... indescritíveis. Juntando com algumas experiências acabei eu mesma chegando à algumas conclusões, à alguns "tipos" de amor e de paixão.
O mais comum, mais vivido e mais descrito em poemas, livros e letras de música é amor romântico. Sentimento devastador que deixa os amantes sem rumo. Lembra muito o movimento literário do romantismo pelo fato de o sofrimento ser quase necessário. Só se pensa no objeto amado, depende-se de existência do outro para a sua própria.
Aliás foi essa a palavra que mais questonei no meu amor pelos outros: dependência. Descobri que ela não precisa - e talvez nem deva - estar ligada a esse sentimento. A queda é muito maior no caso de um término, a relação é mais cansativa, e, o pior de tudo: você se esquece. Para amar outras pessoas antes de tudo é importante se amar muito, parece clichê, eu sei, mas é verdade. É importante que saibamos nos nutrir sem ajuda alheia. Pode parecer algo meio narcísico ou individualista, mas não é. A raleção com o outro é fundamental para aprendermos, para crescer, para viver. Mas não devemos fazer de uma única pessoa nossa razão de viver.
Um relacionamento amoroso, antes de tudo, deve ser repleto de trocas. Assim como o texto a baixo sobre amizade. Deve-se procurar complementar e não necessitar.
Li uma entrevista com o Guel Arraes na qual ele fala sobre o filme que dirigiu esse ano, Romance. O diretor fala sobre esse amor contemporâneo muito diferente dos que já existiram até agora. Menos machista, mais livre. Mais compartilhado, mais discutido. Guel fala que a intenção dele com o filme era gerar reflexão e discussão nos casais que muitas vezes ficam infelizes tentando se adequar aos velhos padrões de relacionamento, sem ver que a muitas outras possibilidades, possibilidades de amar.


* e se você não viu Romance, veja. ;-)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Finalizando 2008 - Amizade

Sempre me apeguei muito aos meus amigos. Os defendia com garras e dentes se qualquer coisa ou pessoa pudessem machucá-los. Sempre procurei me dedicar a essas amizades, às vezes, talvez, mais do que devesse.
No inicio do ano me bateu um medo enorme das grande mudanças que se apresentavam, especialmente por isso...
Como seria agora que não veria meus amigos todos os dias?
Como seria agora que eu não teria que vê-los por motivo algum, que não fosse nossas proprias vontades?
Será que eu encontraria novos outros amigos?
A resposta veio pelas cartas que me afirmaram que alguns amigos vão, outros vêem e que eu não deveria me torturar por isso: sem amigos eu não ficaria.
Tudo bem, mas isso era dificil pra mim, sou teimosa e algumas amizades eu simplesmente não considerava descartáveis e pretendia lutar até o fim por elas. Independente até mesmo do que a vida me apresentasse... e foi aí o meu erro.
Vi que não adianta batalhar por uma relação se isso for uma via de mão única. A vontade de manter uma amizade - ou qualquer relação - tem que ser compartilhada, as ligações divididas, as histórias trocadas. Talvez essa seja a palavra: troca. Sem cobrançaa, sem ilusões, com compreensão.
Não há distância ou o tempo que mate uma amizade, se os dois estiverem dispostos a mante-la. Para isso é preciso amor, disposição, internet e dois celulares. rs Feriados, finais de semana e férias também ajudam - é aí que se tem mais tempo para se dedicar a essas relações que não estão no cotidiano.
Outro elemento fundamental, e talvez o mais fundamental, é o diálogo. Sem abertura pra conversa não tem como confiar, sem confiança não há amizade. É preciso dedicar alguns dias, talvez semanalmente, talvez mensalmente para trocar experiências, compartilhar dores, preocupações, alegrias. Sem esse diálogo temos apenas uma relação de colega, não uma amizade.
Talvez esse ano amizades que eu considerava grandes tornaram-se colegas. Talvez algumas amizades que eu considerei que perderia, me surpreenderem, outras que supus que estariam estabilizadas se aprofundaram. Felizmente encontrei alguns poucos, mas bons amigos no novo cotidiano.
E amizades novas são boas. São elas que nos vêem como realmente somos hoje, e não aos 13 anos de idade. Amizades antigas também são boas, foram elas que nos acompanharam em momentos importantes que não voltaram e que os novos amigos talvez nunca irão entender: a graça, a dor, a felicidade, o desespero.
Algumas vezes briguei ou me entristeci por tentar segurar relações que escorriam. Mas acho que agora aprendi. Deixa ir. Acontece... Não era hora, ou já era hora. Não vou mais me desgastar se não considerar que vale a pena.
Melhor poder ser eu, dizer o que penso e quero, pelo menos para essas poucas pessoas: amigos de 2008.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

As várias coisas que não me deixam dormir nesta madrugada

Eu não podia ter deixado essa passar, devia ter falado. Não gosto de ficar cheia de perguntas na cabeça, supondo o monte de coisa, sem entender o que acontece a minha volta. Não gosto.

As minhas saudades são muitas, de abraço, de cheiro, de cafuné, de pernas entre as minhas. A cama tá grande e vazia nessa noite quente. Talvez não fosse aqui que eu gostaria de estar, talvez não fosse sozinha.

Um clik, um telefonema e tudo resolvido. Quem dera. Retornam, desligam. Ligam, desligam. Vão ligar de novo, desisto de esperar, e ligam às 3h da manhã. Desculpas aceitas mas nada resolvido. O que estava certo não sei onde vai dar.

Fácil, deu tudo errado é só correr pro melhor lugar de fuga. Não, claro, não é tão fácil assim. Correr pra lá não pode, não é por ninguém, é por mim. Eu decidi e não quero entrar nessa, não dá pra voltar atrás. Não dá e eu não quero.

Mais um telefonema. Queria entrar dentro do celular, mas não dá, não é tão fácil assim. Quem dera.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Lição

“Na verdade não sei como as pessoas reagiram ao filme, porque faz anos que parei de conferir, mas se gostaram, ótimo. Se não gostaram, não me importa muito, não porque eu seja indiferente ou arrogante, mas porque aprendi tristemente que a aprovação deles não afeta a minha mortalidade. Se faço alguma coisa que sinto que não é muito boa e o público aceita, até entusiasmado, isso não atenua em nada minha sensação pessoal de fracasso. Por isso o segredo é trabalhar, se divertir com o processo, não ler a respeito de si mesmo, quando as pessoas estiverem falando de cinema mudar a conversa para esportes, política ou sexo, e continuar suando a camisa. Além do dinheiro - nós somos ultrabem pagos -, as chamadas gratificações são todas vaidade e tomam tempo do trabalho criativo. Mais, elas podem levar a ilusões de grandeza ou sensações errôneas de inferioridade”.

Trechos de Conversas com Woody Allen, de Eric Lax, CosacNaify.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

História da'Lapa

A conversa era boa e os dois fingiam sobriedade. Parados estavam e parados ficaram. Não podia ficar na cara o quão tortos estavam. Papo vai, papo vem, mais uma caipirinha? Beleza! E mata rápido, tem hora.
Ok. Vam'bora.
Chuvia. Melhor ficar no canto perto da marquize.
Melhor nada. Vamos pra chuva!
Dia ótimo, como se divertiram! E o dia acabava naquela chuva caindo, lavando tudo. O sorriso vinha de dentro, não havia do que reclamar.
Cai para um lado, para o outro. Se encostam na parede. Melhor parar, se afastar, para decidir aonde iriam. Ela sorri. Ele provoca. Ela provaca.
Essa brincadeira era antiga. Mas uma dia acabaria deixando de ser só sacanagem.
Isso não era para tá acontecendo.
Isso não está acontecendo, é um sonho.
Tá é um sonho.
As luzes estavam disformes. O som era mal definido, ou pelo menos eles não prestavam ateção. Tinha um pouco de samba, um pouco de vozes. Alguns carros passando na rua, o som da chuva na telha do bar ao lado. As pessoas olhavam para os dois. Alguns achando graça, outros reprovando. A vontade era evidente. Mais perto, mais perto.
Se beijaram, se beijaram, beijaram.
Isso não tá acontecendo, né?
Não não tá.
Mais um beijo, e outro, outro. A chuva piorava. Ela caiu para o lado esbarrando numa mulher.
Desculpa!
Tudo bem, minha filha.
Risos, mais risos. Gargalhadas. Aquela cara de safado que só ele sabe fazer: desconfiado, com um sorriso de canto de boca.
Isso não vai prestar.
Vamos embora daqui?
Vamos.

sábado, 1 de novembro de 2008

Triologia

Um abraço repentino. Carinhos no braço daqueles suaves feitos com a unha, resposta, mãos dadas. Um apertão, afago nos dedos, na palma da mão. Apoia melhor pra ficar mais confortável, os dedos na perna, na beira da saia, arrepio, cafuné.
Acabou o filme.
Ninguém fala sobre o assunto, talvez por ser constrangedor de mais, talvez por falta de coragem mesmo. Talvez por que nenhum dos dois sabe o que fazer com isso. A tempos que essa sensação os toma de vez em quando, mas nunca é falado, não é finalizado, nunca é. Foi sempre uma impressão errada, interpretação equivocada. Deixa pra lá, é melhor que.
Num papo, com um pouco de álcool no sangue se solta indiretas tão sutis que só os dois entendem. Só os dois sabem o que acotnece naquela pequena distância, de vez em quando. Isso não é contado, não é revelado. Talvez para não ser assumido. Talvez por não saber aonde vai dar, talvez por não querer que dê em lugar nenhum.
Talvez por um terceiro. Quarto, quinto, talvez. Não se sabe.
Mais um filme dessa triologia talvez tenha terminado.
Ainda sem final sabido.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Sexo, Amor, Traição

Luciana Mello

Composição: Eugênio Dale, Nossa Música e Totonho Villeroy

Ganhei o dia
Que bom te conhecer
Alguém espia
Eu to de olho em você

Tá tudo em cima
Ninguém falou de amor
Rolou um clima
Mas não me leve a mal
Se eu me apaixonar no final

Não quero ver quem tem razão
Sou movida à paixão
Roupa jogada pelo chão
Sexo, amor, traição
O sol caindo no Leblon
Não, não diga nada

Refrão (2x)
Deixa esse filme rodar
Deixa essa estrela brilhar,
não quero nem saber,
Eu sei que sempre vale à pena
Outra cena de cinema acontecer

Não quero ver quem tem razão
Sou movida à paixão
Roupa jogada pelo chão
Sexo, amor, traição
O sol caindo no Leblon
Não, não diga nada

Refrão (2x)
Deixa esse filme rodar
Deixa essa estrela brilhar (deixa)
Eu sei que sempre vale à pena
Outra cena de cinema acontecer

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Platônico blasé

Entrou quieto na sala. Recebi uma cutucada. Gato, né? Muito. Deixa quieto.
Na apresentação, um nome comum, algo em comum. Puxa papo, vem, vai. Outras coisas semelhantes. Assuntos recorrentes de literatura, teatro, cinema. O tempo passa e um encanto, me encanta. Platônico, total.
Tento me aproximar. Primeiro com más intenções, claro. Depois ingenuamente. Talvez eu devesse ter invertido essa ordem... As caronas que antes eram constantes e divertidas sumiram. Como um bicho acuado se esconde. Atrás dos assuntos recorrentes, simples, superficiais. Atrás de desculpas muito bem esfarrapadas. Tudo bem, calma, não quer mais nada contigo.
Ele parece não entender. Esquiva-se cada vez mais, entrando em sua toca. Seu corpo mostra que há uma certa importância na presença e opinião de minha pessoa. Mas as ações... ah, essas nada demonstram, nem sim, nem não, muito menos um talvez. Assuntos de estudo, respostas, qualquer outro, silêncio. Incomodo total. Recusa de uma amizade quem bem mal começou. Sinto-me traída apesar de nunca ter ouvido promessa nenhuma. Sinto-me esquecida, sem nunca antes ter sido lembrada. Aquele que antes percorria meus sonhos hoje me dá enjôo. Blasé à demasia. Racional ao extremo, e em cada detalhe. A mão que não pode se encostar, o choro que cala, o jeito distante de falar. Isso me irrita. Gente que não se entrega no que faz e fica observando tudo com ar de superioridade. Defesa, só pode ser. Não, não consigo, não aprendi a lidar.
E ainda me pergunta: só por que eu não gostei do seu amigo?
Muito longe disso, meu bem.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

beijo



Faz falta aquele ombro.
Nenhum especifico não, aquele.
Acompanhado de um cafuné, um sorriso, um beijo, quem sabe.
Ele faz falta.
Nenhum específico, ele.
Certas conversas que nunca tivemos.
Aqueles abraços quase.
Aquela mão em mim.
Sinto falta da sua boca vir me dar um beijo.
Nenhum beijo especifico, aquele.
O que nunca demos, o que nunca esquecemos.
Saudade da sua voz, cantando aquela canção.
Nenhuma especifica não, aquela.
Do solo, de voz macia, quente, provocante.
Aquele olhar, sinto falta.
Aquele, esse mesmo que você sabe bem qual é.
Meio de lado, safado, de quem quer me despir ali mesmo.
O beijo.

domingo, 12 de outubro de 2008

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Nota de falecimento

Hoje o dia teve três mortes de conhecidos, ou quase conhecidos.
Três enterros: um às 15h, um às 16h e outro às 17h. Mas como estou lonje de ser maria-carpideira, nenhum eu fui. Afinal são conhecidos, ou quase.
São amigo, pai, avô, mãe e avó de amigos. Tevez dos que ficam eu deveria cuidar. Mas não sou enfermeira, e cá fiquei. Nem ligar quis. Afinal diz-se o que? E pior, responde-se o que?
Coisa mais normal a morte. A única certeza que todos temos. Especialmente quando se está velho, doente, internado. Às vezes é até melhor, sabe, descanso.
Para os que ficam dói. Sempre dói. Como dói. Os que nunca viveram nem sabem como é. Nem idéia tem. Fazem bem.
O que foi faz falta, claro que faz. Mas se foi. É algo que deve-se aceitar, como a coisa natural que é. Criam fantasmas, fantasias, ilusões. Tudo para tentar engolir mais fácil. Não adianta, não.
O jeito é deixar a vida correr... levandar a cabeça, seguir em frente.
Afinal, ficamos, né?

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Leito

Tem dias que minha cama é pequena de mais para nós dois. Expulso. Me espalho: pernas para um lado, braços para o outro. Ocupo cada espaço.
Sozinha.
Outros dias ela cresce. Deito no canto perto da parede. Escolhida. Abraço meu travesseiro, espero. Seu braço me acobertar, seus dedos se entrelaçarem nos meus. Suas pernas se encaixarem nas minhas, sua respiração na minha nuca.
Espero.
Mas não há. Não respira. Não tem pernas, nem dedos, nem abraços.
Nome? Solidão.
Sobrenome? Saudade.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Projeto: Música

Essa semana acabou o estágio da pesquisa sobre o consumo de música por jovens que eu estava fazendo pela faculdade. Desde maio estamos nesse projeto conversando com pessoas, entrevistando, passando questionários. Não teve como não pensar na minha trajetória com a música, gostos que mudaram, como eu consumo música, o que quero estudar e aprender sobre o assunto, e por que não, pesquisar mais.

Música sempre foi uma das minhas paixões. Muito por influência da minha mãe, com certeza, que sempre ouviu muita música em casa. Especialmente música brasileira. Aliás, só musica brasileira. Gil, Gal, Chico, Rita Lee, Paulinho da Viola era o que tocava lá em casa. Fora isso, quando pequena, herdei alguns discos infantis dos meus primos como Uni-du-ni-te, Balão Mágico, Carrossel e cia. Tinha algumas fitas também do Rá-ti-bum e da Bia Bedran. Então antes mesmo deu escolher o que eu queria ouvir, era isso que eu escutava.

Um pouquinho mais velha, aprendendo a mexer no controle remoto da TV, a colocar disco na vitrola, fita e CD no rádio, passei a escolher mais o que ia ouvir. Então a trilha lá de casa mudou um pouco: Chiquititas e Mamonas Assassinas (que eu só tinha uma fica cassete pirata pq a mamãe se recusou a comprar o CD que eu tanto queria). Foi a época também que ganhei de presente de aniversário uma amiga minha um walkman. Um máximo aquele presente!

Com 6 anos entrei no coral da escola. Um pouco antes já queria cantar, mas ainda não tinha coral para a minha idade. O contacto com o fazer música foi importante para a valorização e atenção dada. Passei a prestar mais atenção nas músicas, letras e melodias. Fiz 10 anos de coral e posso dizer que as músicas que mais me marcaram form as que cantei lá. Pois eram dias e dias de ensaios cantando aquilo, fora as apresentações e viagens, amigos e milhares de lembranças. E conheci muita coisa através das músicas que a gente ensaiava também. Rock, por exemplo, passei a conhecer através do show do Rock que a gente montou em 2001.

Mais ou menos nessa época, inicio dos anos 200 passei a usar mais o computador e a baixar mais músicas. Inicialmente baixava só os "hits" pq eram musicas que eu ouvia no rádio da condução do colégio para casa e que eu não iria comprar o CD inteiro, pois só queria aquela musica que tocava na radio. Gravava CDs com o que baixava para ouvir no diskman.

Computador novo, Internet mais rápida, mais memória, mp3player. Pra que comprar CD se eu tenho TODAS as músicas que quero a partir dessa maquininha aqui? A grande vantagem de baixar música, para mim, é a falta de compromisso. É, isso mesmo. Quando vc vai comprar um CD, para gastar o dinheiro da minha mesada, que não é muito, eu tenho que gostar muito da coisa. Isso me exclui de conhecer muito artista, muita música boa. Ou não. Pela net posso baixar um monte de funck pra só colocar no iPod quando tiver festa. Coisa que eu não faria se fosse um CD.

Hoje só compro CD quando é de amigo. Ou então de música popular tipo jongo, ciranda, pq aí é mais difícil de achar na net. Fora isso, acabei de descobrir o MySpace. Compromisso zero! Escuto o que quiser, quantas vezes eu quiser, tenho as informações que eu quero. E se gostar eu baixo. E se eu gostar muito, vou no show.

Não canto mais. Talvez seja uma das coisas que sinto mais falta. Do ensaio, do palco, das luzes, dos aplausos. Tenho um violão aqui em casa, mas na minha mão ele é mudo. Toco nada. Quando posso mato minha vontade contado no chuveiro, na frente do PC, ou nas rodinhas de violão organizadas pelos vários amigos músicos.
O bichinho da música me mordeu. Não tem como viver sem.

Como será de agora em diante o consumo da música? E as indústrias culturais?
Espetáculo ao vivo é a solução. Neste ponto concordo com meus amigos, Pedrin e Luiza. No show o artista é completo. É em cima do palco que ele é mais verdadeiro.
É lá que ele tem que ficar.

domingo, 7 de setembro de 2008

“Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas. Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la… E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam…Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos.

Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.

Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo… mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.

Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.

Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.

Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens… Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém… Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar”.




Texto achado na Internet que fala sobre muitas coisas qeu tenho pensado...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O dia que a ESPM quase explodiu

O professor é chamado fora de sala por uma mulher desconhecida. Volta com o semblante sério e preocupado.
-Tivemos um problema sério e o prédio terá que ser evacuado. Isso não é brincadeira, isso não é treinamento. Vamos sair com calma pela escada. Sem gritar. Levem as suas coisas.
A sala começou a ser esvaziada e algumas mochilas ficaram. Alguns levaram as mochilas esquecidas. Outros correram nervosos. Um segurança impedia a passagem para o resto do corredor.
-É vazamento de quê?
Ele fez cara de que não podia falar e disse baixinho:
-De gás.
Senti o cheiro, comentei com quem tava perto. Fiquei mais tranqüila, era só gás.
Nas escadas apertadas do prédio de 12 andares as pessoas saiam das suas respectivas salas e pegavam o caminho da saída. Um aluno comentava com o outro:
-Eu falei para você não furar aquele cano... Sabia que ia dar merda.
Uma menina falava rindo:
-Terroristas tão atacando o prédio da ESPM!
Outros gritavam:
-O Telles* ta pegando fogo hein galera.
Uma garota comentava:
-Poxa, logo sexta feira a gente teve que sair mais cedo! Que merda, hein.
Um outro amigo me dizia, sinceramente:
-Vim só pra aula do Luciano e vou ter que voltar pra casa.
Acho que era o único que não tinha gostado da “brincadeira”.
Chegando no térreo a esquina em frente a faculdade já estava lotada de alunos. Logo apareceu a sirene de trote tocando o tema do Titanic. Alguém perguntou:
-É trote?
-Claro que não. A diretora também foi embora.
Uma amiga desesperada:
-Gente eu vou embora. Vai que explode? Vai voar caco de vidro para tudo quanto é lado!
-Fica calma, se tivesse que explodir isso já tinha acontecido... olha quanta gente fumando aqui na porta!
-Ai gente eu já tava imaginando eu sendo carregada por bombeiros! – se desespera a desesperada - Não quero mais estudar no último andar não!
-Mas é, se pega fogo, o fogo some. A gente é que se fode. – o pessimista fez questão de enfatizar.
A faculdade realmente parecia cenário de um daqueles filmes americanos em que algum adolescente descontrolado invade a sala e mata todo mundo. Ou um daqueles em que há simulação de incêndio, ataque terrorista, ou algo parecido.
Faltaram os bombeiros ou policiais. Faltaram os tiros ou a fumaça, os gritos e choros. Faltou aquela aguinha sendo espirrada do teto. Faltou ser mesmo um filme.

Eis que surge a professora de psicologia que hoje tinha dado uma aula que falava sobre a reação das pessoas, as emoções, realidade, fantasia, atitudes de respostas perante o grupo.
Algumas aulas passadas ela comentou de pessoas que fazem piadas numa situação de desconforto. Ou de pessoas que não acreditam no que falam para elas. Falou sobre os que se desesperam, dos que falam logo sobre a pior situação possível. Contou sobre as fantasias, onde sonhamos acordados com uma situação. Criamos historinhas e suposições de cosas que fogem totalmente da realidade.

Acredito que essa situação foi um bom laboratório sobre a aula dela.



* Telles é o bar que os alunos da ESPM freqüentam antes, durante e depois das aulas.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Notas sobre este blog

Por meio deste post faço questão de ratificar que os textos que escrevo neste blog não necessariamente foram escritos para alguém, não necessariamente aconteceram comigo, não necessariamente aconteceram.
É claro que escrevo coisas que sinto e penso, minha inspiração são as coisas que acontecem ao meu rodor, logo há muita autobiografia aqui. Mas nem tudo.

Gostaria de pedir para as pessoas que leem esse blog comentarem nos posts. Sei que muitas vezes não há o que comentar, mas outras há. Então se discorda, comenta. Se gostou, comenta, elogia. Se não comenta também. Sugestões e criticas são bem vindas e aceitas.

domingo, 31 de agosto de 2008

Para muitos amores

Meu bem,
Te escrevo de novo. Agora sobre outro assunto. Sabe o que é, não tá dando não. Eu sei, eu sei, não tinha como as coisas ficarem do jeito que estavam. Mas assim também não tá rolando.
Sinto meu peito apertado por saudade de ti. Não sei mais que fazer. Te esquecer? Não é o que. Sonho todas as noites em te encontrar de novo. Te beijar, te abraça - ah, o teu abroço - dormir contigo. Saudade até do que não vivemos. Saudade daquela noite que podiamos ter passado juntos mas eu preferi que não.
Essa palavra - saudade - exclusividade da nossa lingua diz-se de um sentimento um tanto quanto estranho. Colocando-a no Google, o ser que tudo sabe, a primeira coisa que nos aparece é: Frases Sobre Saudade. Há algumas bem clichês, outras nem tanto. Mas nenhuma explica de verdade esse sentimento que me aflige tanto.
Calma, relaxa baby, eu sou mesmo um pouco dramática. Não estou sofrendo tanto assim. Mas sua lembrança, de fato, não sai de mim. Sinto vontade de compartilhar meu dia com você. Passo pelos lugares que passamos, revivo certos momentos, relembro de conversas e a dorzinha no peito não vai embora.
Não saber quando irei te ver novamente me deixa triste. Me faz pensar que fiz bem, telvez, de não deixar me envolver ainda mais. (Será que consegui, amor?) Não sei o que será de nós. Não sei nem se um dia já existiu, ou se existirá.
Sei que você se foi.
Sei da saudade.
Do que vivemos e do que podíamos ter vivido.
Sei que te amo, baby, e te amarei ainda por muito tempo.
Por mais que.

sábado, 30 de agosto de 2008

Show Lindo da Velha Guarda da Portela, sexta-feira, 29 de agosto de 2008

"Meu bem, por que estais assim tão triste
Alguma coisa em você existe
A tristeza amor, só nos causa dor
Volta vem cantar, para esquecer a sua mágoa
Que trás os seus olhos, rasos d'água

A vida nesse mundo só nos dá prazer
Eu fico muito triste em lhe ver sofrer
Você é a alegria do meu lar
Volta novamente vem cantar, ah meu bem. "




"O dia se renova todo dia
Eu envelheço cada dia e cada mês
O mundo passa por mim todos os dias
Enquanto eu passo pelo mundo uma vez
A natureza é perfeita
Não há quem possa duvidar
A noite é o dia que dorme
O dia é a noite ao despertar"







poesia & samba & fofura!

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Vamo que vamo

tem dia que eu me levanto mas não paro de sonhar
eu me pergunto se devia ficar sério e acordar
e acordar, quero que você me diga o que tu ia preferir?
acordar porque você sempre tem muito o que fazer...
o que fazer ou então ficar sonhando
com aquela coisa boa seja ela o que for

vamo que vamo na pisada, arrasta pé sacolejada
e tome coco de embolada com o pandeiro na mão
deixe de lado a censura que isso é parada dura
se der mole a gente fura o bloqueio e você dança

'as vezes eu me pergunto se eu quero ser igual
eu não quero ser normal, comportado, obediente!

não quero ser igual a nada que dizem pra eu ser
eu quero ser o que eu quizer
e o que eu puder eu vou fazer

Asua criatividade não interessa pro sistema
ao contrário é um problema que eles tentam reprimir



by forroçacana

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Você,
Eu te entendo. Sei que tem coisas que não são fáceis de aceitar. A gente às vezes passa por momentos assim, de revolta, de não entender o por que de tantas coisas.
Mas, ó, passa, viu?
Você tem que parar de tentar se destruir. As coisas já deixaram de ser draminha para ser coisas séria. Você tá se atrapalhando, se destruindo, se matando. Não faça isso, baby. Você não merece.
Às vezes penso no que poderia fazer para te ajudar. Ainda não consegui chegar a conclusão nenhuma. Até por que não acredito que eu possa. Realemente acredito naquela história de só você pode se ajudar.
Então, bola para frente que atrás vem gente.
Não tem como parar no meio do caminho, amor, a vida segue, não espera a gente. Vai viver, vai. Pára de sofrer pelo que não é preciso sofrer. Você é forte. A vida já te mostrou isso, você sabe disso, eu sei disso. Não há tempo para ser adolescente revoltado de novo. Você não precisa disso, já passou dessa fase.
Baby, não se lamente. Há muitas coisas piores por aí. Você só precisa organizar as suas, colocar a casa em ordem que o resto a vida ajeita.
Vamos?
Não, não é fugir. É encarar isso de frente. É se enxergar no espelho sem vergonha de ser quem você é. É ter coragem de mudar o que você é, mas não gosta de ser. Não posso fazer por você, meu amor, mas posso te dar a mão se você quiser.
Vamos? Você precisa disso.
Eu te dou a mão e não saio do teu lado.
Eu juro.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

"Ninguém vive a paixão impunemente"

Nome Proprio.

Consciência

é uma bicada no fígado. Dói.



Vamos arrumar a casa enquanto não vem uma idéia de como matar o maldito pássaro.

sábado, 16 de agosto de 2008

Fragmentos

Tudo acaba sempre terminando. Não tem jeito. Nos resta aprender que as coisas vem, e vão embora. As vezes escorregam da nossa mão. Outras vão sem nem avisar. Muitas nos causam dor. Outras nem tanto.

Muitas coisas passam pela nossa vida e nos ferem. Feridas profundas não serão
esquecidas. Acontece. São essas cicatrizes que contam a nossa história, fazem parte do nosso corpo e devem ser honrradas. Sem elas não seriamos o que somos hoje.

A solidão também causa dor. Mas essa independe de coisas, de outros, do dia de sol. Essa dor é diferente, vem de dentro, te toma por inteiro sem nem olhar em volta para ver se há compania. A solidão é interna.

Somos todos diferentes e a dificuldade de se relacionar é topar com essas diferenças, sentir a dor, seguir a diante. O chato é quando está se sentindo a dor.

Depois que acaba vem a saudade.
Essa sim é foda de lidar.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Sorte de hoje: Quem se apaixona por si mesmo não tem rivais

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Estou me acostumando contigo

"Estou me acostumando comigo
Revendo a casa, os vizinhos
E os vazamentos
E isso já não me assusta mais

Estou me acostumando contigo
Revendo palavras sem modismo
Olhares antigos
Nas frases que você agora traz"
(Me gusta - Zélia Duncan)


Foi, é e sempre será.
Revendo palavras, olhares, frases ditas por você.
Resignificando.
Por mais forte que isso seja por dentro...


Cuidado,
Frágil.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Faz parte do Meu Show

Te pego na escola e encho a tua bola com todo o meu amor
Te levo pra festa e testo o teu sexo com ar de professor
Faço promessas malucas tão curtas quanto um sonho bom
Se eu te escondo a verdade, baby, é pra te proteger da solidão

Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor

Confundo as tuas coxas com as de outras moças
Te mostro toda a dor
Te faço um filho
Te dou outra vida pra te mostrar quem sou
Vago na lua deserta das pedras do Arpoador
Digo 'alô' ao inimigo
Encontro um abrigo no peito do meu traidor

Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor

Invento desculpas, provoco uma briga, digo que não estou
Vivo num 'clip' sem nexo
Um pierrot retrocesso
meio bossa nova e 'rock'n roll'

Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor

Meu amor, meu amor, meu amor...





A gente ficou tentando lembrar a letra no outro dia... taí ó.
Numa fase meio Cazuza.

domingo, 10 de agosto de 2008

Ele, com letra maiúscula e tudo mais que tem direito.

É o oitavo sem ele.
No primeiro a falta foi absurda. Mal me contive. Passei o dia olhando areia embaixo do mar de Copacabana. Depois chorei ao ver tevê. Não era nada de mais. Apensas uma palavra que me angustiava e era incessantemente repetida. Mas tinha o vovô.

É o quarto sem ele.
O primeiro foi estranho. Faltou uma reunião de família no ano. Mas criou-se uma habito entre eu e os meus irmãos.

Mas esse é o oitavo sem ele. Todos temos padrasto e era a vez deles.
Tudo bem, sem problemas.
As coisas voltaram ao normal: almoço de família, presentes.
Mas sempre falta alguém.
E por melhor que eu esteja, por mais superado que esteja, esse dia tem um clima estranho. Parece que algo paira no ar. Algo que não é falado, mas todo mundo sabe do que se trata. Todo mundo me trata como se eu fosse desabar. Eu me trato como se fosse desabar.

Pera aí.
Não vou.


Passou.



Ou tá na hora de passar.
Pra que sofrer com despedida
Se quem parte não leva
Nem o sol, nem as trevas
E quem fica não se esquece tudo que sonhou
I know

Tudo é tão simples que cabe num cartão postal
E se a história é de amor
Não pode acabar mal
O adeus traz a esperança escondida
Pra que sofrer com despedida?"

Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor

Ah, pra que chorar
A vida é bela e cruel, despida
Tão desprevenida e exata
Que um dia acaba....





É, Cazuza?

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Ensaio sobre a Cegueira

Saramago após assistir ao filme de Fernando Meireles




caaraalhooo.... ;-)

quinta-feira, 31 de julho de 2008

continuação

voando
de canto em canto
sem casa para ficar
dormindo cada dia
em um diferente lugar

mais uma vez a prisão senti
dessa vez sem amarras
cobranças, nem obrigações
sem viagias nem chatiações

percebi que a liberdade
está muito além do que imaginei
não é tão simples quanto voar
não é tão fácil quanto fugir
não basta me esconder

as amarras que preciso soltar
não foram amarradas por ninguém
não adianta culpar
nem esperar alguém pra salvar

eu tenho que levantar

liberar o que me prende
esquecer os tormentos
ser o que quero ser
sem medo de perder

sem medo de ser.
"Não é por que algo é possivel
que é obrigatório."

domingo, 27 de julho de 2008

Amigos de Lá(boratório)

Muitas vezes já li tentativas de descrição para a semaninha mais mágica do ano. Eu mesma algumas vezes já tentei defini-la... Uma única conclusão eu cheguei: não cabe em apenas algumas palavras o que acontece lá por Itajubá numa semana do mês de julho.
Esse ano as coisas foram meio paradas em relação a agitos, festas e confusão. Talvez por isso eu tenha tido mais tempo para a reflexão em relação a mim, meus medos, traumas e principalmente sobre as minhas relações. Mais especificamente as relações nascidas/construidas por lá.
Mais uma vez faltam palavras para descrever. É tudo muito forte e intenso. A semana passa muito rápido, o pensamento fica por lá mais um pouquinho. A vontade de continuar encontrando as pessoas é enorme. E vazio no peito se instala com o fim da última música e os aplausos. O labpratório coral acabou.
Nos últimos tempos tenho conseguido manter mais contato com as amizades nascidas por lá. Algumas relações se tornaram amizades bem fortes e muito presentes na minha vida. Mesmo com as distâncias fisicas, o carinho, a atenção e a divisão tem sido presentes.
Comecei a ver o que essas relações são hoje para mim:
Fundamentais, eu diria.
Aprendi muitas coisas com as pessoas de lá. Algumas com a intensão de ensinar, outras apenas com o exemplo, mas posso dizer que o laboratório também é uma escola para mim.
Histórias contadas ou vividas, tiques de fala, piadas internas, jeito de ver o mundo, jeito de lidar com os outros.
O carinho que fica depois não tem comparação. Nem explicação.


Ludi, Iuiu, Caio, Letinho, Luisão, Rodi, Helinho, Tita, Lili, Sammy, Aninha, Felipe, Carlão, JuJundiaí, Duda, Má, Lula, Tita (Porto Alegre), Pablito, Birigui, Camila, Maria, Trovão, Ferrr, Wendy, Jr, Mateus, Doug, Helô, Joyce, Cenira, Bruno, Bafo, Fabinho, Romero, Nany, Hannah, Zé, Cadin, Di, Clara, Juzinha, Jojo, Elisa, Lara, e tantos outros (que as vezes nem sei o nome) que fizeram dessas semanas em Itajubá únicas.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Amigo

de Rodrigo Morozetti

Amigo, vem me buscar,
Pois acho que estou perdido.
Enfiei-me em um caminho
E não sei como voltar

A vida me trouxe aqui
E aqui me deixou sozinho
Vagando e chorando baixinho
Sem ninguém pra me escutar

Amigo, cadê você?
Sinto falta do seu passo
Seu sorriso, seu abraço,
Seu olhar a me guiar.

Sinto falta da alegria,
Dos tempos de tardes vazias,
Dos segredos ao fim do dia
Antes de nos deitar.

O mundo está diferente,
Mas não me deixe para trás.
Não fique sozinho demais
Sem ao menos me explicar.

Vamos junto adiante,
Caminhando entre a gente
Mostrando o sorriso contente
De quem já apreendeu a amar.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Presa nos limites que construi
Sinto-me sufocada
Entre quatro paredes
E um monte de gente
Não consigo respirar
À minha frente uma folha em branco
Na qual algumas palavras deveria dissertar
Mas os limites foram além
Aprisionando o livre pensar

Saí para me encontrar
Primeiro ao mar fui procurar
Mas estava longe
(e o preso tempo era curto)
Achei melhor perto ficar

Na Baia vi além
Olhei para o outro lado
Um quase horizente
Mais perto de alcançar
Vi outros lados,
Outros limites
Tirei o olho do umbigo
Dei de cara com o reflexo de alguém
Que brilhava no olhar
Um único desejo:

voar, como gaivota no ar.

Re(vi)ver

Uma nova pessoinha na familia, que recentemente só havia diminuido, faz a gente reencontrar quem tinha sumido. Novos rostos, novas vidas, outras familias, minha nova altura.
Todos se assustaram e perguntaram: "Quem é essa moça?"
Tios e primos não me reconhecem mais.

Aquelas tardes na Casa da Barra onde uma menininha corria atrás dos cachorros de skate, mergulhava na piscina com a prancha de surf e corria para comer o melhor pedaço de carne cariosamente separado no canto da tábua, ficaram embaçadas. A menininha cresceu. Ninguém mais viu, não reconheceu.
(Só aquele palhaço, que só faltava o nariz vermelho, meu médico de pequena que não titubiou. Também, fez parto, aniverário, consulta.)
Era com eles que papai era mais ele. Era na Casa da Barra que ele ria, brincava e fazia churrasco. Foi lá que vivi os melhores momentos com ele, onde ele se divertia me me ensinava coisas.

Ok, mudei muito nos últimos 8 anos. A perda do papai fez isso, todas as mudanças que a falta dele fez, fizeram isso.

Catarina fez o reencontro de relações que viraram pó com o tempo.
As bochechas de Catarina fizeram a gente não prestar atenção na pessoa que ali faltava.

Fez bem, Catarina.
Pela primeira vez não chorei ao ver papai presente.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Não esperava
conhecer-te
Não esperava
querer-te
Não esperava
desejar-te

terça-feira, 17 de junho de 2008

Tinha esquecido

Mamãe chogou hoje com a velha revista da escola que de 6 em 6 meses eu procurava amigos, textos, fotos. E lá estava eu dizendo:
"Isso aqui é muito casa".
Eu tinha esquecido. Da última vez que fui, apareci a noite, não é a mesma coisa. Mas da outra vez senti como antiga casa. Aquele lugar que você não frequenta mais mas ainda é seu. Cada cantinho tem a sua história, uma lembrança boa ou não, um sorriso, um choro, um grito.
Fiz coral, fiz teatro. Passei feriados e finais de semana naqueles corredores, naquelas salas, naquele auditório - ah que saudade daquela coxia, daquele palco - tantas emoções vividas entre aquelas paredes.
Foi ali que vivi até hoje a parte mais importante da minha dúvida. Foi ali a missa de sétimo dia do meu pai. Foi ali o meu "segundo beijo". Foi ali que estudei, aprendi coisas úteis e muitas coisas inúteis. Lá chorei de raiva, por amor, de saudade. Dei muuitas gargalhadas, gritei, briguei.
Ali aprendi a reclamar, reivindicar, questionar. Aprendia a argumentar quando discordava de alguma coisa. Aprendi a entender e aceitar que tem coisas que não mudam. Aprendi a mudar algumas coisas.
Assisti a debates sobre cultura, politica, sociedade, cinema, filosofia. O São Vicente me enrriqueceu. Não de bens materiais, é claro, mas do que é mais importante para mim: minhas lembranças.
This place I will remember all my life.

domingo, 15 de junho de 2008

A Falta que faz

A Falta que me faz pisar num palco e lá de cima poder brincar com o corpo, com a voz e com os sentimentos.
Da conxia aprecio a brincadeira alheia e que inveja que dá poder cada hora mudar de sentimento, cada hora amar um, cada hora ser outra pessoa.
Ah que falta que faz poder ser outra pessoas de vez em quando. Poder inventar um personagem e com ele criar situações, outras brincadeiras, outros amores.
Ah que falta que faz ter o prazer de cantar, de sorir ou chorar com cada música, de brincar com agudos e graves, com tons e semi tons.
Que saudade que dá fazer caras e bocas, as pessoas acharem isso normal e ainda te aplaudirem no final.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Muito pra falar
Mas sem tempo pra postar...



=/

sexta-feira, 6 de junho de 2008

domingo, 1 de junho de 2008

Noticiário

Que ódio ver tudo acontecer sem poder me mexer. As notícias correm na TV e eu sentada no sofá ser ter o que fazer.
A Amazônia à muito é devastada, transformam a grande floresta brasileira em pasto para gado ou usam para extração de madeira ilegal. Isso já é revoltante. Estudei na escola que a floresta amazônica é auto-sustentável, o solo é raso e se uma árvore é cortada abre-se uma clareira pois as outras árvores não conseguiram se sustentar sem o que a do lado fornece. Sendo a sim o desmatamento por aquelas banda é ainda mais sério. Mas como se isso não bastasse agora essa:
Estrangeiros estão comprando a Amazônia.
Ah, mas relaxa a soberania nacional é uma dos principais pontos na nossa constituição. Uhum... se não fosse por essa falha: empresas brasileiras com capital brasileiro tem limite de terras para comprar, mas empresas brasileiras com capital estrangeiro não. Agora me explica o sentido dessa lei?
Os gringos podem vir aqui, comprar quantas terras quiserem, fazer delas o que bem entender e o nosso governo não tem nada a ver com isso. Ótima soberania nacional.
É revoltante o descaso com que somos tratados. Moro muito longe na Amazônia, nem precisava me preocupar com isso, mas é a minha terra. A terra do meu país que está sendo aos pouco colonizado novamente pelo capital estrangeiro. Sorrateiramente, sem ninguém ficar sabendo estamos sendo comprados. Afinal, “vamos vender todas as almas dos nossos índios num leilão”.
E isso de fato está quase sendo feito. Com a descoberta de uma tribo sem contato com o a civilização que conhecemos, estão tendo a brilhante idéia de receber dinheiro estrangeiro para ou preservar ou entrar em contato com a tribo. Os tais índios nunca deram despesas a ninguém e agora serão trocados por um trocado. Ninguém merece isso. Pelo menos nesse ponto a FUNAI está tentando manter tudo sobre controle e os índios em paz.
Assim deveria ser feito com as nossas mata, nossos animais, as populações que vivem quase isoladas mas sem apoio do governo. Como apareceu no noticiário a cidade Democrática (sim, o nome da cidade é esse) que nem um posto médico tem, as escolas não tem livros para os alunos e não há computador nenhum na cidade. Como Democrática temos milhares de cidades espalhadas pelo país, precisando de GOVERNO. É nossos queridos políticos se mantêm apáticos. Há sujeira pra todo lado, na favela ou no senado.
Com tanta ausência do governo realmente é muito fácil vender terra pra estrangeiro. Eles chegam, prometem meia dúzia de escolas (que é obrigação do governo dar educação gratuita e de qualidade para todos os cidadãos), alguns postos médicos (é também é obrigação da nação fornecer saúde aos seus cidadãos), melhoras uma estradinha aqui, uma ponte ali e um barco acolá (que mais uma vez é obrigação do país fornecer) e pronto. Somos comprados.
O Brasil está sendo vendido e ... nada?
Que país é esse?

sábado, 31 de maio de 2008

Eu e as minhas estrelas

Não lembro exatamente quando começou, mas sei que foi por volta do 2000. "As pessoas quando morrem viram estrelas", dizia o desenho animado. Minha estrela se fez no céu naquele ano, e eu passei a adotar essa figura para mim: estrelas no teto do quarto, nas roupas, bjuterias, acessórios, nick e na primeira poesia feita para mim.

"Ela apareceu hoje no céu só pra me ver tenho certeza (...)
Estrela, estrela estrela, és deusa da noite do Rio
No Rio de Janeiro tão quente, pra ti que vieste do frio
Estrela, estrela, estrela de barro eu sou arlequim" (Geraldo Azevedo)

Passei a gostar de observar o céu. Ver as constelações, signos, significados. Um céu estrelado passou a me ganhar. Nunca vou esquer do céu do reveion desse ano, no meio do mato as estrelas iluminavam a estrada. Esses astros passaram a me seduzir, a me acalmar.

"Há de surgir
Uma estrela no céu
Cada vez que ocê sorrir
Há de apagar
Uma estrela no céu
Cada vez que ocê chorar" (Gil)

Passaram a me associar a estrelas, a me dar coisas de estrelas. Hoje são mais de 40 no meu quarto. Fora as vistas da janela que sempre me fazem parar.
A minha oração é feita nesta direção.

"Na mesma pedra se encontram,
Conforme o povo traduz,
Quando se nasce - uma estrela,
Quando se morre - uma cruz.
Mas quantos que aqui repousam
Hão de emendar-nos assim:
"Ponham-me a cruz no princípio...
E a luz da estrela no fim!""
(Mario Quintana)

domingo, 27 de abril de 2008

O (re)começo.

às vezes é bom mudar, recomeçar.
Para isso:
Histórias de estrela no ar.